quarta-feira, 30 de maio de 2007

estou em crise de pensamentos.
talvez a monotonia da rotina tenha, realmente, tomado posse do meu ser. quando deito para dormir, as palavras se embaralham. não sei quem sou. o que vim fazer. o que vim te dizer.

queria escrever sobre meus sonhos. não consigo. sobre minhas dores e amores. mas eu, não consigo.
tenho ódio acumulado no meu coração. o amor não flui. parei no tempo para respirar. estou sufocada das vontades alheias e na falta das minhas. estou receosa pelos dias que virão. não sei o que será das tardes chuvosas sentada na varanda. ouço músicas para acalmar minhas falhas. tenho dias sem sorrir de mim para mim. a maré boa se foi e só me resta esperar, calmamente, que a tempestade abaixe para retornar ao lugar.

terça-feira, 22 de maio de 2007

ahh...

depois de um sábado conturbado, a melhor coisa que fiz foi puxar o colchão de visitas, que estava arrumado até, posicionar o travesseiro ao meu modo, colocar o som no máximo de altura e ouvir aquele estilo que me faz bem. viajar nos meus pensamentos, como sempre, criar planos e enfrentar mudanças minhas. analisei algumas decisões e acabei cochilando e sonhando com a música que estava a ouvir. acordei cantarolando um xotezinho de tirar o fôlego e com pensamentos nostálgicos. levantei do colchão, onde havia deixado toda minha indolência, para andar de um lado ao outro da casa à procura do que fazer. tudo bem que tinha muitas coisas, mas nada me interessava tanto quanto lembrar, com o coração apertado, de tudo que se eternizara no passado. foi ai que me dei conta que a vida está a passar rápido e que sou apenas clandestino explorando o outro lado da moeda.

domingo, 13 de maio de 2007

haja tempo.

é estranho. existem dias que a gente acorda só para pensar qual caminho as pessoas resolveram seguir. são inúmeras pessoas que passam pelas nossas vidas, mas apenas algumas permanecem por um determinado tempo. esse tempo é, talvez, essencial para aprendermos o devido valor de um ser humano e dos sentimentos do mesmo.

uma grande parte da minha vida fiquei em standy by sem saber a trilha que deveria seguir e quem seriam as pessoas indispensáveis para essa jornada. foram tantas decepções. tantos sonhos jogados ao vento. e uma certeza. as pessoas, sempre, vão nos magoar, mas cabe a nós seres não perfeitos, perdoarmos cada vírgula errada.

foram mudanças. viagens. namorados. foram brigas. silêncio. tempo.
cada um que desuniu o elo que, normalmente, pode ser chamado de amizade, teve seu real ou irreal intuito para tal. motivo esse que também pertence a quem sofreu alguma injustiça dentro dessa relação, para fornecer o perdão.

e hoje eu, pensando com uma mente mais evoluída que ontem, acredito que pequenas são as pessoas que não sabem perdoar. eu, humana, já errei e já pedi desculpas. mas eu, ainda humana, espero que algumas pessoas, em mínimas palavras, peçam o perdão.

são ilusões da vida de uma sonhadora. mas uma coisa é certa. qualquer caminho que eu seguir, vou levar comigo toda a felicidade e decepção quem alguém pode me proporcionar. e ainda agradecerei pelo momento que permaneceu assiduamente na minha vida.

domingo, 6 de maio de 2007

"ave maria..."

na rua tem sorrisos. tem abraços, olhares e desconfiança. tem atropelos, desgraças e até crianças.
pedintes, drogas, fantasias. tem assaltos. tem felicidade. tem até um homem vestido com a blusa do bahia. tem criança brincando nos prédios. velhinhos sentados nas varandas. adultos indo trabalhar e gente que só faz reclamar. na rua tem gente dormindo no chão, pedindo esmola e até um pão. tem gente chata. gente estranha. gente que chama atenção. tem 'psiu', amoladores de facas. tem lojas cheias. tem pessoas sem roupas e até pessoas que usam a blusa do time que veio a ser o rival do time do país. continua possuindo crianças. crianças que deviam ser símbolo de esperança. elas estão rindo. elas não tem casa. ou até têm. tem dor na rua, meu deus. tem sofrimento reprimido em cada esquina. tem gente que se lamenta por não ter consumido tanto em apenas um dia. mas tem gente que esquece que ali debaixo do papelão dorme uma menina.
na rua tem homem, mulher. tem pensadores. tem gente andando devagar. gente que corre para não tardar. tem pessoas correndo atrás de um objetivo. mesmo que seja o pior possível. tem cheiro de mijo. sujeira e rancor. tem mais ódio do que amor. tem feitiçaria. pessoas deixando se vender. gente fazendo sexo sem querer. tem falta de dinheiro. tem música alta. tem... eu. que sentada atrás de um carro, não conseguindo evitar o pensamento de que as pessoas reclamam demais da vida. tendo uma vida, apesar de pouco rebuscada. e que ao passar por cada esquina senti algo diferente. vejo crianças. o que deveria ser sinônimo de 'possibilidade de um mundo melhor'. elas se drogam compulsivamente. e talvez ao fim da música tenha vindo uma questão: será que o futuro vai ter guardado tanto ódio e rancor, ter cheiro de mijo e as pessoas vão se vender como nas ruas?

"nunc, et in hora mortis nostræ."